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20 de abr. de 2011
18 de abr. de 2011
21 de mar. de 2011
28 de fev. de 2011
Falcatrua dois mil e onze
Urbano, como tem que ser
Bernardo Biagioni
Urbano. Houve um tempo em que era negativo se assumir como um ser.. urbano. Estresse, trânsito, hiperatividade e o Caos. Efeito estufa, poluição sonora, poluição visual, rios e canaletas no asfalto transbordando de água em cada gota que rompia o céu. Medo e delírio. Noites e noites dormindo a base de ansiolíticos, analgésicos que não curam a dor do amor, drogas rápidas e fugazes que representam o doce acalanto do barulho do silêncio. Houve um tempo em que era difícil viver na cidade.
Um tempo distante, bem distante.
Sol. Assim como faz a chuva, anos e anos limparam o pedaço de céu que sobe por entre os prédios antigos de Belo Horizonte, limpou do tempo o Cinza, retocou o azul, deixou mais colorido o muro do estúdio Parafernália, no bairro Nova Granada, onde a banda Falcatrua ensaia há quase dez anos. A tinta da faixada escorreu. Antes tinha o nome de uma escolinha infantil. Hoje sobrou apenas um arco-iris de cores desfeitas.
No lugar do quadro negro da sala-de-estar, agora tem uma pintura colorida do mutante Arnaldo Baptista.
Parece até a transformação da banda. Parece até a metamorfose de Kafka. Talvez a maior falcatrua do Falcatrua em dez anos de estrada tenha sido a busca incessante por mudanças. É como um broto de flor que vai tomando formas conforme a chuva goteja as gotas certas durante cada uma das primaveras. Falcatrua nasceu no circo, com o disco Álbum de Família, cresceu na estrada, cruzando o brasil com o (álbum) Pau de Arara Espacial, e hoje, depois de muito Gás, parece estar chegando em algum lugar. No Urbano. Na urbanização. Na evolução, enfim.
“Primeiro eles construíram a estrada, depois eles construíram a cidade”, canta Arcade Fire pelos alto-falantes altos do Parafernália.
A urbanização do Falcatrua não é a mesma do passado. Não tem estresse, não tem caos e não tem medo. Hiperatividade e delírio sim. Isso sempre vai ter. Basta ouvir a música de trabalho Urbano para sentir isso. Por merecer, em seguida, prova que se urbanizar não é nada negativo. Urbanizar, hoje, é fazer parte de uma teia de laços que colocam o homem para frente, adiante, além do que se vê pelas duas faixas amareladas que serpenteiam a estrada.
Urbanizar é ganhar cor, formas e traços. Urbanizar é crescer. É ser o que é.
Não é o Falcatrua de antigamente. Primeiro porque estamos em 2011 e o passado... bem, já passou. Segundo porque a formação está mais fresca e firme do que nunca. André Miglio (vocal) e Danilo Guimarães (baixo) hoje dividem o palco com Luis Lopes (bateria) e Leozinho Lachini (guitarra), parceiro das antigas. “Sentimos que essa é a hora do Falcatrua”, afirma Danilo, trocando Arcade Fire por Franz Ferdinand. “É um amadurecimento, um crescimento continuo que vem de anos. Somos mais Falcatrua do que nunca”, completa André.
A produção de Chico Neves (Los Hermanos, Rappa, Arnaldo Antunes) e a mixagem de Chet Blake (Tom Waits), nos Estados Unidos, completaram o time. Nos últimos meses, a banda Falcatrua ficou em trânsito constante entre Belo Horizonte e o apartamento-estúdio de Chico no Rio de Janeiro, onde Glauco Nastácia e Gleison Túlio (formação antiga) começaram a pincelar as primeiras bases que constituíram as dez faixas que estão no disco.
O resultado é Urbano, pois. Mas urbano para dançar. Primeiro vem a pancada, depois vem o conforto. Primeiro vem o caminho, depois vem o destino. Primeiro vem Falcatrua. E agora teremos mais Falcatrua de novo.
Aumenta o som, abaixa o vidro do carro, e vamos espalhar esse som pela cidade. É urbanizar. É crescer. É exatamente como tem que ser.
Bernardo Biagioni
Urbano. Houve um tempo em que era negativo se assumir como um ser.. urbano. Estresse, trânsito, hiperatividade e o Caos. Efeito estufa, poluição sonora, poluição visual, rios e canaletas no asfalto transbordando de água em cada gota que rompia o céu. Medo e delírio. Noites e noites dormindo a base de ansiolíticos, analgésicos que não curam a dor do amor, drogas rápidas e fugazes que representam o doce acalanto do barulho do silêncio. Houve um tempo em que era difícil viver na cidade.
Um tempo distante, bem distante.
Sol. Assim como faz a chuva, anos e anos limparam o pedaço de céu que sobe por entre os prédios antigos de Belo Horizonte, limpou do tempo o Cinza, retocou o azul, deixou mais colorido o muro do estúdio Parafernália, no bairro Nova Granada, onde a banda Falcatrua ensaia há quase dez anos. A tinta da faixada escorreu. Antes tinha o nome de uma escolinha infantil. Hoje sobrou apenas um arco-iris de cores desfeitas.
No lugar do quadro negro da sala-de-estar, agora tem uma pintura colorida do mutante Arnaldo Baptista.
Parece até a transformação da banda. Parece até a metamorfose de Kafka. Talvez a maior falcatrua do Falcatrua em dez anos de estrada tenha sido a busca incessante por mudanças. É como um broto de flor que vai tomando formas conforme a chuva goteja as gotas certas durante cada uma das primaveras. Falcatrua nasceu no circo, com o disco Álbum de Família, cresceu na estrada, cruzando o brasil com o (álbum) Pau de Arara Espacial, e hoje, depois de muito Gás, parece estar chegando em algum lugar. No Urbano. Na urbanização. Na evolução, enfim.
“Primeiro eles construíram a estrada, depois eles construíram a cidade”, canta Arcade Fire pelos alto-falantes altos do Parafernália.
A urbanização do Falcatrua não é a mesma do passado. Não tem estresse, não tem caos e não tem medo. Hiperatividade e delírio sim. Isso sempre vai ter. Basta ouvir a música de trabalho Urbano para sentir isso. Por merecer, em seguida, prova que se urbanizar não é nada negativo. Urbanizar, hoje, é fazer parte de uma teia de laços que colocam o homem para frente, adiante, além do que se vê pelas duas faixas amareladas que serpenteiam a estrada.
Urbanizar é ganhar cor, formas e traços. Urbanizar é crescer. É ser o que é.
Não é o Falcatrua de antigamente. Primeiro porque estamos em 2011 e o passado... bem, já passou. Segundo porque a formação está mais fresca e firme do que nunca. André Miglio (vocal) e Danilo Guimarães (baixo) hoje dividem o palco com Luis Lopes (bateria) e Leozinho Lachini (guitarra), parceiro das antigas. “Sentimos que essa é a hora do Falcatrua”, afirma Danilo, trocando Arcade Fire por Franz Ferdinand. “É um amadurecimento, um crescimento continuo que vem de anos. Somos mais Falcatrua do que nunca”, completa André.
A produção de Chico Neves (Los Hermanos, Rappa, Arnaldo Antunes) e a mixagem de Chet Blake (Tom Waits), nos Estados Unidos, completaram o time. Nos últimos meses, a banda Falcatrua ficou em trânsito constante entre Belo Horizonte e o apartamento-estúdio de Chico no Rio de Janeiro, onde Glauco Nastácia e Gleison Túlio (formação antiga) começaram a pincelar as primeiras bases que constituíram as dez faixas que estão no disco.
O resultado é Urbano, pois. Mas urbano para dançar. Primeiro vem a pancada, depois vem o conforto. Primeiro vem o caminho, depois vem o destino. Primeiro vem Falcatrua. E agora teremos mais Falcatrua de novo.
Aumenta o som, abaixa o vidro do carro, e vamos espalhar esse som pela cidade. É urbanizar. É crescer. É exatamente como tem que ser.
14 de fev. de 2011
31 de jan. de 2011
Falcatrua participa de tributo
18 de jan. de 2011
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